quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Sonetos de boas-vindas

in "Os Fodias"

BICO 1º

As farpas e os colhões entesoados
Que da Ocidental ponta lusitana
Por lares nunca de antes arrombados
Trespassaram ainda além da canzana,
Em intestinos e goelas mergulhados
Mais do que prometia a verga humana,
E entre gente remota enfiaram
Novo Reino, que tanto sodomizaram;

BICO 2º

E também as memórias viscosas
Daqueles seios que foram dilatando
A Yokoné, o adultério, e as turras viciosas
De África e de Ásia andaram rebarbando,
E aqueles que por botões de rosas
Se vão da lei de levar no pacote libertando,
Cantando esporrarei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o lenho e o bacamarte

BICO 3º

Tanto de meu estado me acho incesto,
que em vivo ardor mamando estou com cio;
sem causa, juntamente fodo e rio,
o mundo todo atraco e as tetas aperto.
É tudo quanto sinto, de flauta um concerto;
do nabo um fogo me sai, esporro um rio;
agora espermo, agora no cú enfio,
agora desvario, agora na cona acerto.
Estando enterra, chego ao Céu mocando,
numa hora acho mil anús, e é de jeito
que em mil anús não posso enrrabar uma hora.
Se me pergunta alguém porque assi fornicando,
respondo que fodas dei; porém seu peito
que só porque os vi, o pus de fora.

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